Glamurama, 11.08.2016
Por Danae Stephan
 
Em SP, Jonas Kaufmann mostra porque é o maior tenor da atualidade
 
A Sala São Paulo poucas vezes se viu tão cheia quanto na noite dessa quarta-feira. Tudo porque o maior tenor da atualidade faria sua estreia nos palcos brasileiros em apenas uma apresentação, em comemoração aos 35 anos do Mozarteum Brasileiro. Jonas Kaufmann tem uma voz poderosa, tecnicamente impecável e de timbre único. Domina o palco e a plateia com sua expressividade e, para completar, tem porte de galã e uma simpatia de político em ano de eleição.

Não à toa, tem sido chamado de “o novo Pavarotti”, alcunha que ele delicadamente refuta. “A comparação não me incomoda, mas não faz sentido”, afirmou depois da récita. “Seria como dizer que o Pavarotti, na época dele, era o ‘novo ‘Gigli'”, compara, se referindo ao tenor Beniamino Gigli, um dos maiores cantores líricos do século 20.

O programa escolhido por ele, composto por canções de Strauss, Schubert, Schumann, Liszt e Duparc, não desanimou os fãs, que queriam mesmo era ouvir as grandes árias de óperas de Puccini, Verdi e Wagner que o consagraram. Acompanhado do pianista Helmut Deutsch, seu ex-professor e parceiro de recitais, hipnotizou a plateia da primeira à última nota. Os “Três Sonetos de Petrarca”, de Liszt, foram o ponto alto do programa oficial, assim como a doce “Phydilé”, de Duparc.

Ao final da récita, como não cessassem os aplausos, voltou não uma, mas cinco vezes ao palco, para, aí sim, ceder aos pedidos do público com algumas árias e, surpresa, uma canção popular do carioca Jaime Ovalle, “Azulão”.






 
 
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